domingo, 22 de setembro de 2013

Santarém-PA

Fizemos uma viagem a Santarém, no Pará, em Março de 2012, onde ficamos um final de semana. Fomos convidados para sermos padrinhos de casamento de um casal de amigos e não sabíamos o que poderíamos conhecer por lá, mas fomos positivamente surpreendidos pela riqueza cultural e pelas belezas naturais do lugar! Pudemos conhecer um pouco da culinária típica, da cultura e, claro, desfrutar das belezas da praia de Alter do Chão, conhecida como Caribe da Amazônia.

Pôr do Sol no Rio Tapajós
Viajamos numa sexta-feira pela manhã e chegamos às 14h. Como Santarém fica um pouco distante, a maioria dos voos com destino à região possui alguma conexão/escala. Ficamos hospedados na casa de uma amiga, mas a cidade dispõe de pousadas e hotéis. Após nos acomodarmos, não perdemos tempos e saímos logo em direção ao centro para conhecer um pouco da cidade. Fomos ao Mirante do Tapajós onde pudemos ter uma bela vista da Ilha do Meio e do encontro dos Rios Tapajós - conhecido por suas águas claras, e Amazonas - que é barrento. 

Praça Mirante do Tapajós
Vista do Mirante do Tapajós
De lá seguimos andando até o píer/orla, nas imediações da Praça do Pescador, onde paramos no Restaurante Massabor Trapiche, que fica sobre o Rio, e provamos o famoso Tacacá, uma comida típica que é feita com tucupi, goma de tapioca, camarão seco e folha de jambu, servida quente e numa cuia. E, como turistas desinformados, fomos logo pedindo uma colher para beber o caldo, mas nos orientaram que deveríamos beber diretamente na Cuia! 

Restaurante Massabor Trapiche
Tacacá
Logo depois fizemos um passeio de barco pelo Rio Tapajós. Não era bem um barco, era uma pequena “voadeira”, mas o passeio foi surpreendente. Estivemos em contato com a natureza de uma maneira incrível, e foi muito gratificante presenciar como o Brasil tem lugares fantásticos!

Passeio de Barco - Rio Tapajós
Pudemos ver o encontro das águas dos Rios Amazonas e Tapajós, o primeiro com águas barrentas e o segundo com águas verde-esmeralda,  cujas águas não se misturam. Ainda passeamos pela ilha do meio e igarapés nos arredores, que naquele período ficam inundados pelas águas dos rios, onde é possível observar muitas palafitas dos moradores e até mesmo uma igrejinha. 

Igrejinha palafita - Rio Tapajós
Palafita - Rio Tapajós
Palafita - Rio Tapajós
Vimos uma grande variedade de pássaros, vitórias-régias, e botos tucuxi. Foi uma sensacional experiência com a natureza! Contemplamos uma fantástica revoada de pássaros e o maravilhoso pôr do sol no Rio Tapajós, por volta das 19h! O passeio é incrível e super recomendado, dura cerca de 2 horas, custou menos de R$ 20,00 por pessoa e foi contratado no local.

Igarapé
Vitórias-régias
Passeio de Barco - Rio Tapajós
Revoada de Pássaros - Rio Tapajós
Passeio de Barco - Rio Tapajós
Passeio de Barco - Rio Tapajós
Pôr do sol - Rio Tapajós
Quem quiser ter um maior contato com os Botos, pode ir ao Mercado Municipal de Peixe, para vê-los mais de perto e alimentá-los.

À noite, fomos jantar no Restaurante Piracema, indicação de uma amiga nossa que mora na cidade, e super aprovamos o local. Comemos isca de pirarucu, farofa de piracuí com banana, camarão empanada na massa de tapioca, e queijo coalho com geléia de cupuaçu. Tudo muito delicioso, e o ambiente bem decorado e aconchegante.

Restaurante Piracema
No dia seguinte, sábado, voltamos à orla do rio,  e visitamos uma loja de artesanato local que fica nas proximidades da Praça do Pescador, Loja Regional Muiraquitã, onde há muitas cerâmicas marajoaras, tapajônicas e rupestres, além de outros artesanatos. Almoçamos uma feijoada no Restaurante Bar Mascote, que também fica na Praça, e  em seguida tomamos um delicioso sorvete de tapioca, murici e açaí.

Cerâmicas
O Muiraquitã é um artefato (amuleto) indígena talhado em madeira ou pedra representando pessoas ou animais, como rãs, tartarugas e peixes. Ele é encontrado na obra Macunaíma, de Mário de Andrade e, segundo a lenda, as índias guerreiras icamiabas, após acasalamento com os guacaris, mergulhavam no rio e pegavam um barro verde com o qual moldavam o artefato e presenteavam os índios.  O amuleto até hoje é considerado um objeto sagrado e representa sorte, saúde e fertilidade.

Muiraquitã
Depois do almoço, fomos a Alter do Chão, que fica a aproximadamente 36Km de Santarém (cerca de 50 min), onde foi realizado o casamento. Ficamos hospedados no Beloalter Hotel, que é bem estruturado, com bom atendimento e bons quartos. 

A cerimônia do casamento foi realizada na Igreja de Nossa Senhora da Saúde, que fica na praça principal, com uma bela vista para o Rio Tapajós, e a recepção ocorreu no Beloalter Hotel. Este evento nos proporcionou conhecer um pouco mais da cultura regional. Assistimos a uma apresentação de Carimbó, dança típica da região, e comemos a maniçoba, que parece muito com nossa feijoada, e tem origem indígena e africana. É preparada com a folha da mandioca moída e cozida por aproximadamente uma semana, para retirar o veneno (ácido cianídrico), e acrescida de carne de porco e outros ingredientes. Gostosa! 

Apresentação de Carimbó
No domingo fomos passear na praia de Alter do Chão, que é considerada umas das mais belas do Brasil, com areias brancas e água cristalina do Rio Tapajós, e está incluída no roteiro de muitos cruzeiros. É um lugar encantador e o contato com a natureza é sensacional! Fizemos um passeio de barco e pudemos conhecer um pouco das praias do lugar, com parada em uma das prainhas. Os passeios saem da praça principal de Alter. 

Voltamos para almoçar e depois, fizemos novamente a travessia numa “catraia” (embarcação pequena) até a Ilha do Amor, onde ficamos até o por do sol.  Em março ela fica inundada, e a melhor época para ir é de agosto a dezembro, quando o nível das águas está mais baixo, formando pequenas ilhas encantadoras, com enorme faixa de areia branca. No mês de Novembro as águas atingem o nível mais baixo sendo possível fazer a travessia a pé. 
Alter do Chão - Vista da Ilha do Amor inundada
Travessia de Catraia
Cruzeiro no Rio Tapajós
Pôr do Sol em Alter do Chão - Ilha do Amor
No mês de setembro, é realizada em Alter do Chão a Festa do Sairé. Durante o dia há um rito religioso, e à noite, começa a festa com apresentação de danças típicas e a disputa do boto tucuxi e boto cor de rosa.

Santarém e Alter do Chão surpreenderam! Foi uma viagem encantadora, onde tivemos contato com uma nova cultura e belezas incríveis. ;)

                  

          

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