sábado, 20 de dezembro de 2014

Deserto do Atacama-Chile: Vulcão Lascar

Nosso sexto e último passeio no Deserto do Atacama foi ao Vulcão Lascar, um vulcão ativo com 5.592 metros de altitude. Sua última erupção ocorreu em 2006, mas há uma fumaça permanente que pode ser vista saindo de sua cratera, a qual possui 750 metros de diâmetro e 300 metros de profundidade.
Vista do alto do Vulcão Lascar - ao fundo, Laguna Lejía
Visitamos o Deserto do Atacama em Agosto de 2014, onde passamos seis dias (5 diárias), e realizamos o total de 6 passeios. Registramos em nossa publicação Deserto do Atacama-Chile: dicas úteis e roteiro uma série de informações sobre como chegar, onde se hospedar, o que levar, e dicas de roteiro. Neste post vamos reunir informações e impressões sobre o Vulcão Lascar.
Vulcão Lascar
Saímos na Pousada La Casa de Don Tomás às 5h da manhã, quando nossa chofer Olívia veio nos buscar. No caminho, pegamos nosso guia Gonçalo e seguimos em direção à nossa tão esperada aventura! A primeira parada foi em curral de lhamas (estava vazio), para utilizarmos como banheiro. Depois do passeio ao Salar de Tara (confira aqui), "banheiro" ao ar livre já não era tão estranho assim.
No caminho para o Vulcão Lascar
Depois, seguimos viagem até a Laguna Lejía, onde tomamos café da manhã apreciando uma belíssima paisagem composta pelo lago, por vulcões, formações montanhosas e, inclusive, flamingos voando. Um cenário perfeito! Estava bastante frio (congelante!) e havia muito vento. Nossa chofer Olívia preparou o café da manhã (valor já incluso no passeio). 
Laguna Lejía
Laguna Lejía
Laguna Lejía
Laguna Lejía
Dali, fomos levados até a base do vulcão, onde Olívia nos deixou com Gonzalo e iniciamos nossa subida até a cratera, cuja previsão era de 2 a 3h de caminhada, aproximadamente.
Ao fundo, Vulcão Lascar
Caminhamos por cerca de 2h30min para chegar até a cratera, sempre em passos lentos, considerando que a altitude nos cansava com muita facilidade, e também porque o solo era muito íngreme, com areia, material vulcânico, pedras soltas e neve, além das baixas temperaturas e muito vento. Estávamos bastante agasalhados, com casaco corta vento, segunda pele, cachecol, gorro, luvas, e mochila com mantimentos (barra de cereal, 1 litro de água cada um, saquinhos de milho assado e bombom de coca). 
Subindo o Vulcão Lascar
Subindo o Vulcão Lascar
Subindo o Vulcão Lascar 
No início da subida, senti meu pé muito gelado, e fiquei receosa que não estivesse bem agasalhada. O guia pediu que eu tirasse a bota para analisar, já que estava me incomodando tanto. Ele explicou que eu estava com muitas meias (no total de 3 - sendo 2 de lã e 1 de algodão - haja medo do frio!) e isso estava apertando demais o pé, impedindo o movimento dos dedos e a circulação. Gonzalo derramou um pouco da água quente que ele estava levando na garrafa térmica no meu pé, o que ajudou bastante, e eu calcei a bota de volta mas apenas com 1 meia de lã. 

Durante a subida (muito cansativa!), em muitos momentos nos faltou ar e o coração acelerava. Mas nosso guia foi muito atencioso, sempre perguntando como estávamos nos sentindo, se queríamos retornar e se precisávamos de algo. Eventualmente fazíamos paradas de alguns minutos para comer algo leve, beber água e descansar. Não tivemos vontade de fazer xixi durante a subida/descida mas, se isso acontecesse, teria que ser novamente ao ar livre.
Subindo o Vulcão Lascar
Apesar das intempéries da subida, durante o percurso ficávamos cada vez mais maravilhados com a paisagem que nos cercava. Além disso, subíamos sempre a uma pequena distância uns dos outros (estávamos apenas nós dois e o guia), e Gonzalo nos orientou a sempre pensar em algo específico, para não deixar a mente se perder e desviar nossa atenção. Foi um momento incrível.
Vista do alto do Vulcão Lascar - ao fundo, Laguna Lejía
Quando Gonzalo nos falou que estávamos na metade do caminho, já nos sentíamos muito cansados, mas não queríamos desistir. A caminhada não é longa, mas a altitude, o frio e o vento a tornam bem cansativa. Mas não é algo inatingível. 
Subida ao Vulcão Lascar
Quando chegamos próximos à cratera, o guia orientou que nos deitássemos, e segurou nossas pernas para o alto, a fim de melhorar a circulação. Também nos colocou um pouco de oxigênio para ajudar na respiração, pois já ali, além do ar rarefeito, por causa da altitude, o cheiro da fumaça de enxofre incomodava um pouco. 
Cratera do Vulcão Lascar
Cratera do Vulcão Lascar com muita fumaça de enxofre
Após esses procedimentos, nos aproximamos mais da cratera e a emoção foi imensa! Apesar de todos os obstáculos, foi emocionante chegar ao topo e contemplar a cratera do vulcão ativo exalando enxofre. 
Na cratera do Vulcão Lascar
Sem contar a extraordinária vista do alto, as montanhas ao redor e a Laguna Lejía ao fundo! Ficamos emocionados e nos abraçamos muito, felizes por ter superado os obstáculos, a exaustão, o desgaste físico, o frio e o vento, e poder ver uma paisagem tão perfeita.
Vista do alto do Vulcão Lascar - ao fundo, Laguna Lejía
O guia nos orientou a ficar apenas cerca de 20 minutos no local, por causa da fumaça e porque logo a direção do vento mudaria. No início da descida, tanto o guia quanto Bruno vomitaram por causa do enxofre. Infelizmente acontece com alguns, mas é normal, pois é muito tóxico. Uma das orientações é lavar os lábios para tirar o excesso de resíduo  de enxofre antes de beber água. 

Em que pese o ditado que diz "para descer todo santo ajuda", a descida foi um tanto desgastante também e levou cerca de 1h30min. Eu levei muitas quedas por causa da areia fofa e das pedras, e já da metade para o final, após me desequilibrar e cair muito, estava sem muitas forças e disposição. O guia foi de uma atenção imensa neste momento, pois foi me amparando até o final. 
Descida do Vulcão Lascar
Assim que terminamos a descida, respiramos um pouco de oxigênio fornecido pelo guia, entramos no carro satisfeitos e muito felizes, e iniciamos nosso retorno para San Pedro de Atacama. 
Na estrada - Vulcão Lascar ao fundo
Chegamos a San Pedro de Atacama por volta das 16h (cerca de 2h de viagem), e Olívia nos deixou na pousada, onde descansamos. 

Este foi nosso último dia de passeios no Deserto do Atacama. Foram experiências incríveis, e paisagens extraordinárias que pudemos vivenciar e contemplar. Uma viagem que recomendaremos sempre!

Nosso passeio foi realizado pela empresa Cumbre 6000, e o valor, por pessoa, custou 85.000 pesos chilenos. Tem início às 5h da manhã e termina aproximadamente às 16h. 

Para este passeio, é indispensável ir bem agasalhado, com casaco corta vento, segunda pele, cachecol, gorro, botas de trekking, meia de lã e luvas. Também somos orientados a levar algum lanche (barra de cereal, caramelo de coca, 1l de água mineral cada um, saquinhos de milho frito - vende nos mercados). 

É isso. Continue nos acompanhando. ;)

                  

          

2 comentários:

  1. Nossa, que maratona! Confesso que fiquei com muita vontade de subir o vulcão, mas o medo foi maior. Quem sabe fica pra próxima visita, não é? :)

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    1. Thaís, foi uma maratona e tanto!!! Não deixe de ir na próxima visita! A subida ao vulcão é realmente imperdível! =]

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